terça-feira, 12 de abril de 2011

Páscoa e o seu significado

Os mais religiosos, ou os mais antigos, conhecem a história na Bíblia.


Tomé, um dos doze apóstolos, não estava presente no momento em que Jesus aparece aos discípulos, assim que abandona o sepulcro.

Tomé perdeu o sopro misericordioso do Mestre: “Recebei o Espírito Santo”. Daí que todos foram perdoados e foram jantar um peixe assado temperado com favos de mel. Depois Jesus lavou as mãos, abençoou a galera e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai dele.

Atrasado para o encontro, Dídimo – apelido de Tomé – chegou na casa onde a turma estava reunida e logo ouviu o fuxico:

- Nós vimos o Senhor!

Duro de coração, Tomé olhou bem dentro dos olhos de cada um, mordeu o lábio inferior, alisou a barbicha, suspirou e disse:

- Se eu não vir em suas mãos a abertura dos cravos, e se não meter o meu dedo não lugar dos cravos, e se não meter a minha mão no seu lado, não hei de crer - disse e se retirou deixando os apóstolos louco da vida com aquela eterna desconfiança de São Tomé.

*

Não deu bem uma semana estavam lá os apóstolos discutindo o caminho das estrelas e a ganância de Pilatos quando Jesus aparece sem ser convidado e sem bater na porta:

- A paz esteja convosco! – disse ele olhando fixamente para um Tomé de olhos arregalados – Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, chega também a tua mão e mete-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel.

Dídimo ficou com as pernas bambas e só conseguiu murmurar:

- Senhor meu, Deus meu...

- Pois é cara, tu só acreditou porque tu me viu? Bem aventurados os que não viram, mas creram.

*

Essa história cabe bem nesses dias que antecede a Páscoa, um tempo de ressurreição, de reflexões sobre o simbolismo do renascimento.

Cabe bem a incredulidade de São Tomé de muitos que duvidaram da fé daqueles que se propuseram restaurar a Igreja de Santo Antonio de Loyolla, em Lajeado. Bem aventurados – talvez diria Jesus, embora homem muito simples - os que apoiaram a restauração: anônimos remediados e ricos de consciência pesada. Doar, mesmo com marketing atrás, é dos tempos penitentes de hoje. Afinal, Jesus era bom marqueteiro:

- Ide por todo o mundo, ensinai todas as gentes e batize o povo. Estarei observando tudo, estarei por perto. (Mais ou menos isso, porque Mateus, Marcos, Lucas e João também divergem entre si.)

Nossa igreja Matriz, como disse o querido p. Antonio, é de todos. Eu acrescento: crentes e descrentes. Ela está realmente muito linda.

Sem dúvida é um templo cultural tranqüilo e belo de nossa cidade. Convida ao silêncio, convida a meditação.

E agora convida à música erudita, a qual temos tão pouco acesso.

A igreja lotou e emocionou o povo com os acordes da Orquestra Sinfônica.

Parabéns a quem ocorreu a grande idéia. Parabéns à comunidade!

Posso imaginar que São Tomé, na sua franca descrença diria que, se não houve desvio de verba, todos tiveram nessa árdua missão de restauração, o olhar da assistência divina. E assim quero crer.

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