terça-feira, 28 de junho de 2011

Viram que a taxa básica de juros aumentou? Sabia que ia acontecer isso!

O aumento de 0,25% na taxa básica de juros (a Selic), de 12% para 12,25% ao ano, foi criticada por indústria, comércio e trabalhadores.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, diz que a medida afeta as contas públicas e a competitividade da indústria nacional.

"Eu gostaria de saber por que os juros ainda subiram. Para prejudicar ainda mais as contas públicas, comprometendo com serviços da dívida um valor equivalente a três vezes o orçamento da saúde? Para atrair ao Brasil ainda mais capital especulativo estrangeiro, sobrevalorizar o real e roubar a competitividade do produto brasileiro? Para esfriar ainda mais a economia, que já dá sinais claros de desaceleração?", disse Skaf em nota distribuída à imprensa.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) qualificou o aumento dos juros como "equívoco". "O Copom se equivocou mais uma vez ao aumentar a taxa de juros. A ação do BC pode ser considerada uma ação exageradamente conservadora. O IPCA de maio cresceu 0,47% enquanto no mês anterior a taxa era de 0,77%. Há uma clara tendência de desaceleração econômica, com o PIB crescendo muito provavelmente abaixo de 4%, dentro da capacidade produtiva do país", registra nota oficial da entidade.

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também "lamentou" a decisão do Copom. "O excesso de cautela poderá causar um descompasso ainda maior entre a oferta e a demanda interna, hoje a principal razão pela qual a inflação já ultrapassa o teto da meta, de 6,5%. A nossa posição é que se poderia ter mantido a Selic como estava, em 12%, uma vez que os efeitos dos juros altos já se mostraram eficientes sobre a desaceleração da demanda", diz o economista e presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

"O próximo passo para as indústrias que deixaram de vender e agora reduzem turnos de produção é demitir parte da força de trabalho, e isso é algo que a sociedade precisa avaliar se é o mais sensato a se fazer neste momento", diz.

A Força Sindical distribuiu nota assinada pelo seu presidente, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, em que a decisão do Copom é apontada como prejudicial para a geração de emprego e para a renda dos trabalhadores.

"Esta quarta alta seguida da taxa Selic apenas neste ano, aumenta ainda mais o gasto público brasileiro, consumindo bilhões de reais que poderiam ser investidos em áreas prioritárias, como educação, saúde e infraestrutura. Como o governo quer combater a pobreza se ele se curva ao capital especulativo, prejudicando o setor produtivo, gerador de emprego e renda? O aumento é desnecessário, visto que o cenário econômico está mais favorável, com sinais evidentes de controle inflacionário."